quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Passeios inesquecíveis - parte 1

Fizemos vários passeios que serão dignos de se guardar na memória, como a nossa visita ao L'Aquárium, um dos maiores aquários da Europa, onde andamos dentro de um túnel transparente observando tubarões nadando em meio à arraias e peixes das mais diferentes espécies e tamanhos. O passeio mais emocionante foi, sem dúvida, quando fomos ver a Font Màgica, que fica pertinho na Plaza Espanya. As águas da enorme fonte dançam ao som de música clássica em um espetáculo de luz e cor realmente fascinante. Centenas de pessoas se reúnem por lá todos dias da semana, no início da noite, para ver a apresentação da inesquecível fonte. Não foi difícil encontrar quem se comovesse com essas águas.

Destacando-se dos homogêneos prédios da cidade, as obras do arquiteto Antoni Gaudí despertaram nossa mais profunda admiração. Arriscamos dizer que Gaudí está para Barcelona assim como o Niemeyer está para BH. Por aqui a gente “quase tropeça” nas obras dele espalhadas por todo lado. Dentre os edifícios mais badalados projetados pelo arquiteto, os que mais gostamos de visitar foram o Templo de la Sagrada Família, que está em eterna construção; o sinuoso edifício La Pedrera, onde não existem linhas retas; a imponente transformação feita na Casa Batlò, no meio do Passeig de Gracia (que sem duvida é a avenida mais chique da cidade) e o audacioso projeto do Park Güell. Esse último é especialmente belo porque é fruto da mais pura fantasia do arquiteto, moldada a partir das irregularidades do terreno. Como todos que passam por lá, não conseguimos diferenciar muito bem o que foi produzido pela Natureza e o que é invenção do artista. Juntando isso ao colorido dos mosaicos feitos com cacos de cerâmica, tivemos de concordar com Ariano Suassuna que disse, na sua última passagem por BH, que Gaudí não tinha medo nem da imaginação nem da cor.

Já do outro lado de Barcelona, em Montjuïc, a única elevação presente no sul da cidade, nos proporcionou uma visita aos modernos parques, museus e estádios que foram construídos para sediar os Jogos Olímpicos de 92. Aproveitamos a estação de teleférico mais próxima para subirmos confortavelmente até o Castelo no topo do monte e descobrimos que a construção que visitávamos tinha servido de refúgio para os membros da resistência durante a ditadura Espanhola. Ficamos de queixo caído com a soberba vista panorâmica sobre a cidade e o porto.

Como é inverno e estamos há bastante tempo aqui na região, conseguimos fazer um passeio muito legal, que ao mesmo tempo foi a realização de um sonho: viajamos também para a França, que está a 120Km daqui, encaramos nossa primeira temperatura abaixo de zero (-4,5ºC), conhecemos a neve e, de quebra, aprendemos a esquiar! Nunca mais poderemos reclamar de frio algum, pois a sensação de estar com pés e mãos congelados, mesmo com a roupa adequada é muito diferente de tudo o que já sentimos antes. Também, pudera: encaramos uma nevasca tao forte, que há anos não havia naquela região. Temos poucas fotos desse momento, pois as câmeras pararam de funcionar no frio e só voltaram quando a neve parou de cair. Assustador mesmo foi andar de carro e não conseguir distinguir nada na paisagem branca. Nesses momentos o carro tem que seguir devagar, com pneu especial ou corrente nas rodas, porque derrapar e cair no abismo da montanha é uma coisa que acontece com freqüência para os despreparados. Tivemos muito medo!

Todo o medo foi compensado pela alegria quase infantil de esquiar pela primeira vez. Conseguimos descer rampinhas, levamos alguns tombos e fizemos até um boneco de neve! O mais surreal dessa viagem ao “mundo de Nárnia” foi uma fonte de águas vulcânicas com temperatura de quase 50ºC. Em volta de onde brota a água existem pedras que formam uma piscina que foi construída em 1500 A.C. pelos romanos que colonizaram o lugar. Ao lado, estão as ruínas de uma casa de pedra, onde vimos restos de uma cama, algo parecido com um banheiro e uma sauna. Agora vem a parte freak: ficar um tempo na água quente, relaxando, e depois sair só de roupa de banho na neve para depois voltar para a água. Indescritível.

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