terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sobre os meios de comunicação e outras coisas

Uma coisa que nos chamou bastante atenção e que nos deu um certo orgulho de sermos profissionais brasileiros de comunicação é que o jornalismo e a publicidade daqui são um pouco sem graça e criatividade, principalmente os jornais impressos e os anúncios de TV.

É preciso assistir vários dias de televisão para encontrarmos alguma propaganda que realmente chame a atenção. Assistir TV à noite é um convite ao sono, pois os intervalos dos programas duram 10 minutos e, a cada 5 propagandas, pode ter certeza que pelo menos duas serão de perfume e duas de carro. O único jornal impresso que é realmente belo é o ADN, uma publicação regional e de distribuição gratuita, que é diagramado com primor e as fotografias são magníficas.

Muitos jornais bons têm distribuição gratuita, e os encontramos nos bares, cafés, metrô e até mesmo nas bancas de fruta. Dizem que os espanhóis são os que menos lêem entre os europeus, o que nos leva a pensar nas estratégias que as revistas e os jornais têm de fazer para estimular o consumo de seus produtos. Quando visitamos uma banca de revista, ficamos surpresos com a quantidade de brindes interessantes que ganhamos ao comprar um periódico qualquer. A revista X vem com uma bolsa de marca; a revista Y com uma agenda de capa de couro. O jornal Z dá de brinde aos domingos um conjunto de peças de cozinha em porcelana com estampas de Mirò; outros jornais têm promoções que juntando alguns selos e pagando mais uma quantia ínfima podemos comprar uma impressora multifuncional, uma filmadora ou uma jaqueta do Barça.

Muito popular por aqui são essas editoras que trabalham com fascículos ou coleções que podem ser compradas todas as semanas nas bancas: estamos comprando por um preço muito baixo uma coleção de livros de fantasia da linha Reinos Olvidados (que no Brasil é editada com o nome Forgotten Realms).

A imprensa daqui sabe muito bem utilizar a seu favor as novas tecnologias, tanto a internet, com blogs, fóruns de discussão e redes como Orkut e Youtube, quanto as mídias móveis, como celulares e sistemas de GPS. Um exemplo é a emissora Cinco, que está convidando os eleitores espanhóis a gravarem seus vídeos com perguntas aos candidatos ao cargo de primeiro ministro (estamos em época de eleição aqui) e subirem no Youtube, no canal da emissora. No dia pré-determinado, essas perguntas serão passadas ao vivo para os candidatos, no debate promovido pela emissora.

Ações como essa são muito freqüentes. Os jovens daqui não são tão “internéticos” quanto os do Brasil, mas as pessoas já estão muito bem adaptadas aos novos usos que o computador, o celular e outros dispositivos vêm ganhando nesses novos tempos.

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